TUMULTOS NA DAMAIA II: Não deixa de ser curioso verificar que a população portuguesa, com o passado recente que tem, e com o presente que vive, deveria incluir muito maior percentagem de mulatos. Mas não. Até na pacata Coimbra dos estudantes se pode verificar o apartheid cultural e sanguíneo: branca de Mogofores a estudar em Direito não acasala com preto bijagó estudante de Geologia. Os locais de convívo estão estritamente separados, e mesmo dentro do edíficio da AAC, se pode constatar que cada grupo tem o seu espaço. Em Montpellier, Liége ou outras cidades universitárias, a regra mantém-se.
Só que o caso português exibe a particularidade de ter sido um país colonizador recente e superficialmente expandido. Os modelos culturais de tolerância, que não tenho dúvidas, as gerações mais novas, urbanas e civilizadas interpretam, esgota-se nisso mesmo, tolerância.
E sabemos desde Voltaire, que a tolerância suporta-se precisamente no elogio da diferença. Todos diferentes, todos iguais? Que bela confusão que por aí vai.
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