CAPITAL (ainda bem que estou longe dela): pois a verdade é que lá fui, mas a coisa não me correu nada bem.
Ainda mal tinha chegado (mas já parado no trânsito), ia-me entrando pelo carro dentro um avião enorme, vindo da esquerda e sem prioridade (dada a altura a que voava, ainda pensei que fosse chover, mas felizmente isso não aconteceu): aquela gente continua a querer ter os aviões a pararem à porta de casa, que isso lhes faça bom proveito.
Depois, o dia estava cinzento: foi-se a luminosidade tão característica de Lisboa e que tanta beleza lhe dava. Acho que deve ter sido ofuscada por uma construção enorme, recente, logo após o aeroporto, de uns tons de amarelo berrante e de um verde terrível que nem sabia existirem (devem ser cores feitas a computador...). Aquilo transformou o Bingo mesmo ao lado num edifício belíssimo.
Pelo meio, duas horas e meia de trânsito parado (sem contar com a viagem) roubaram-me o tempo necessário para cumprimentar convenientemente o Sr. Brito e matar saudades daquele balcão maravilhoso (para o tempo que passam no trânsito, trabalham quando?...).
Claro que se sente ali tudo o que boas quantidades de dinheiro oriundas de todas as regiões do país podem comprar: túneis infindáveis, viadutos a perder de vista, edifícios magníficos, inúmeros placards de publicidade camarária, metro enterrado no subsolo (!!), mas não qualidade de vida.
Qualidade de vida, em Lisboa, é algum que só se pode ter ao fim-de-semana, motivo pelo qual não percebo que os lisboetas saiam da cidade exactamente nessa altura: pela parte que me toca, acho que Lisboa se está a tornar num local muito agradável para se ter uma casinha de fim-de-semana. Já à semana aquilo é terrível, como verifiquei uma vez mais com todo o horror.
Para cúmulo, venho de lá com uma prescrição de uma dieta pavorosa e manifestamente irrealizável. Porcaria de terra!
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