EXCESSOS DE VELOCIDADE: todos, mais uns do que outros, algum dia cometemos. O Bispo do Porto, cidade nobre, burguesa e liberal, D. Armindo Lopes Coelho, acelera, e diz hoje ao Expresso que não concorda que as mulheres que praticam o aborto sejam penalizadas. A Igreja, devagar, vai percebendo que a moral não se legisla, que o caminho é outro. Outros, a seu tempo, compreenderão o que Aristóteles há muito explicou: a lei só por si, não faz um cidadão. Uma gravidez é vista por muitas mulheres como uma maçada, e nem sempre por aquelas que são pobres ou doentes. O Bispo terá percebido que a condenação de uma ínfima parte das mulheres que abortam, apenas serve para sossegar as consciências preguiçosas. As restantes continuarão tratar uma promessa de vida como um contratempo, decisivamente contribuindo para a rudeza visceralmente hedonista em que hoje vivemos. O meu companheiro de tripulação VLX, no seu post de ontem sobre o tema, pecebeu também isso. É precisamente porque o Código da Estrada por si só não funciona, que a matança rodoviária continua, mesmo que um outro de nós já tenha sido autuado por atravessar uma povoação a 60 Km/h: O Estado arrecadou uns cobres que não chegam sequer para financiar o Instituito de Seguros de Portugal.
O Bispo sabe isto, e outras coisas,e por isso sabe que o caminho é outro.
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