NADA MUDOU? O Público de hoje recorda a visita de Sartre em 1974, ao bando Baader-Meinhoff, cujos membros estavam "presos em más condições". O pretexto é um livrinho de memórias de um guarda prisional, que afirma, que entre outras modormias, Andreas Baader tinha direito até a visitas conjugais sexualizadas, o que os desgraçados de Guantanamo, pressuponho, não têm. O mesmo Sartre dizia pouco tempo antes, que os "números dos americanos" sobre os massacres dos Guardas Vermelhos na Revolução Cultural era "exagerado". Velhas sensibilidades.
Em 1981 a Antígona ( quem mais?) publicava em Lisboa um outro livrinho, originalmente editado em Itália, dois anos antes, na ressaca do caso Aldo Moro, da autoria de Sanguinetti, Do Terrorismo e do Estado. O manual é altamente instrutivo sobretudo para os imbecis que acreditavam que grupúsculos como o Baader-Meinhoff iriam libertar a Europa do "sitema imperialista germânico". Sanguinetti, compagnon de route da IS, deplorava as marionetas alemãs ou as Brigadas Vermelhas, que considerava ao serviço do terrorismo de Estado, do capitalismo internacional, e que serviam apenas para o povo temer a luta proletária. Sanguinetti acreditava que "este terrorismo artificial necessita e exige ser admnistrado em doses crescentemente maciças e frequentes, porque menor parece o mal futuro e o já feito, como diria Dante." Sanguinetti preferia a mil Piazzas Fontana, "uma única greve selvagem anti-burguesa".
Pois é. Nesses tempos não havia a maléfica admnistração americana para justificar o terrorismo artificial. Hoje tudo é mais fácil, não é?
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