REGRESSO: ... após uns curtos dias de “apagão” quase total. Embrenhado na família e obcecado pelo trabalho (quem disse que os tribunais encerram nas denominadas “férias judiciais” não sabe muito bem do que fala...) fechei-me para o mundo, para as notícias e até para o Mar Salgado.
Descubro agora, num zapping rápido, que nos foi deixado no sapatinho (eu já sabia, eu já sabia...) o Tiago Reis Marques, o que é bom.
Bom porque – como sempre ouvi dizer – "é sempre bom ter um médico na família" e esta nau é quase isso (falta-nos uma mãe que nos mande ir dormir mais cedo ou para parar de dizer disparates e uma irmã mais nova que vá buscar gelo ao Neptuno sem refilar).
Bom também porque TRM não é (como alguns poderiam pensar) tão adepto de António José de Almeida como parece. Bom, ainda, porque nos fará procurar e defender a razão e a verdade com mais afinco, como o comprovam dois dos posts já colocados pelo grumete: não só não é verdade que os norte-americanos tenham tido uma atitude desagradável para com o povo iraniano e a desgraça que sobre ele se acometeu como não é absolutamente verdade que os porões desta nau tenham rum que chegue, qualquer que seja o critério. Longe disso.
Bom, por fim, porque já se começava a tornar desagradável estarmos sempre a bater nos esquerdófilos dos outros blogs: agora podemos armar zaragatas cá dentro. E não vai ser com travesseiros.
Por falar nisso, regressou também a Casa Pia. Não é assunto que goste de comentar mas não resisto a dois ou três comentários: é estranho que os intervenientes se tenham andado por aí a queixar de que não sabiam do que eram acusados e, quando sai a acusação, digam que ela não traz nada de novo. Se não traz nada de novo e corresponde ao que a comunicação social anda a dizer, então sabiam bem do que eram acusados.
A segunda observação é a de que não percebo bem porque é que o PS (agora pela voz de Vera Jardim, mas ainda PS) se vem amarrar novamente ao processo, em comunicado à imprensa. Compreendo as solidariedades pessoais mas já me custa a perceber as solidariedades partidárias, particularmente quando se dirigem, mesmo que indirectamente, contra o sistema judicial que temos, o qual parece funcionar (melhor ou pior) em todo o país, menos numa região muito bem localizada.
Se o MP funciona em todo o país, porque razão haverá de falhar redondamente numa situação em que sabe que está a ser constantemente vigiado? E, acaso falhe nessa, quem nos garante que não falha por todo o país? É confuso...
Serão, obviamente, todos inocentes até prova em contrário mas há atitudes que se percebem mal e esta é uma delas.
Uma última observação para um comentário na TVI de Miguel Sousa Tavares, pessoa que me habituei a ouvir e a ler com bastante atenção. Disse MST qualquer coisa como isto (cito de memória muito cansada): parece que só estão indiciadas figuras públicas ou pessoas conhecidas. E as outras? – MST parece esquecer-se de que os acusadores (que presumo rapazes ou crianças embora isso não altere o raciocínio) terão naturais dificuldades em identificar ilustres desconhecidos. Como, de resto, MST e eu próprio teríamos as mesmas dificuldades. Não quero com isto dizer que as personalidades públicas (ou não) referidas no processo tenham algum grau de culpabilidade ou presunção da prática dos actos abjectos, ou que os acusadores não possam inventar ou fantasiar as suas descrições (ou não), mas apenas que o argumento improcede totalmente. É fácil apontar alguém conhecido, é impossível identificar um desconhecido.
Além disso, meu caro MST, posso garantir-lhe que por todo o país, neste exacto momento, existem investigações, julgamentos e condenações por actos de pedofilia praticados por ilustres desconhecidos.
Registo ainda, neste regresso às lides, com enorme agrado, que o meu colega FNV continua a pensar que os estádios é que fazem as vitórias, quando é manifesto que são as vitórias que fazem os estádios, na minha modestíssima opinião. Da mesma forma que (como demonstra o Mar Salgado) são os tripulantes que fazem o bom navio e não o contrário. Mas FNV que continue na dele que eu continuarei na minha, e assim poderei festejar mais um título e uma taça (pelo menos) em 2004. FNV continuará a sonhar com o passado (longínquo) transpondo-o para o futuro (igualmente longínquo).
Falando no tema (não digam ao Comandante!...), temo ter passado ao lado de uma excelente boca que me foi mandada por Neptuno sobre Laipeziche. A ter havido plágio, sempre prefiro Laipeziche às sentinas de Viena. Estes parágrafos mortíferos poderiam dar lugar a uma nova máxima: quando não tens vitórias, atira pedras... Cá estarei para apanhar ambas, como nos últimos vinte e tal anos.
2004 vem aí. Espero que seja melhor do que 2003. Para todos. Bem... Quase todos. Haverá sempre seis milhões infelizes...
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