UMA QUESTÃO DE ATITUDE: Mais uma vez ocorreu um terramoto. Agora atingiu o Irão e sua cidade histórica de Bam. O País contabiliza agora as suas vítimas e os números são dramáticos: 20 a 30 mil mortos, 50 mil feridos, 100 mil desalojados. Em breve se começará a fazer a outra estatística, menos humana mas também importante, que diz respeito ao impacto na economia, custos da reconstrução, património histórico perdido, entre outros.
Pormenor importante foi a celeridade da ajuda humanitária. De todo o lado chegaram apoios: Itália, França, Rússia, China, Alemanha, Portugal, Reino Unido, Turquia e Paquistão participaram activamente enviando equipas de resgate, outros ofereceram material, outros ainda ajuda económica. Estes gestos reflectem a compaixão pelo próximo e não são mais que um reflexo de uma evolução civilizacional.
Mas por outro lado esta tragédia também me fez recordar um acontecimento passado semelhante, o grande terramoto Turco de 1999 (15 mil vítimas). Nessa altura, a primeira e mais importante ajuda humanitária partiu da Grécia, inimiga fidagal da Turquia. Esta atitude valeu por anos de encontros diplomáticos e pilhas de acordos bilaterais. Mostrou simplesmente que há boa fé e que não há ódios que não possam ser enterrados.
Teerão logo após o terramoto disse que aceitava ajuda de todo o lado excepto de Israel. Abriu o flanco. E o que fez o País mais poderoso do mundo, numa altura em que proclama a alta voz a importância das missões humanitárias e a defesa dos povos indefesos? Nada! Emitiu um comunicado de pesar e vai enviar 75 toneladas de material médico.
É uma questão de atitude!
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