A CABALA: Já por diversas vezes (ad nauseam, mesmo) aqui discorri sobre a interligação entre défices de cidadania, irresponsabilidade reinante, esperteza saloia, jornalismo selvagem, corporativismo mafioso e mau funcionamento da justiça - quais cavaleiros do nosso apocalipse. Penso que sempre acabei por eleger como "chefe do bando" o funcionamento da justiça o qual, a acontecer bem, eliminaria em grande parte os demais: a efectiva responsabilização de quem incumpre ou prevarica - seja no âmbito da sua actividade profissional ou social - mudaria certamente os comportamentos e daria um contributo inestimável para o exercício da cidadania. Pelo menos tão grande como o contributo do mau funcionamento da justiça para a degradação social a que assistimos.
E era contra isto que o nosso PR deveria ter discursado e agido, na medida dos seus poderes. Não contra a notícia e respectiva divulgação pelos meios de comunicação social - já que se trata, efectivamente, de uma notícia - mas sim contra o inacreditável facto que lhe dá origem.
Penso que, infelizmente, o PR passou aos portugueses uma mensagem bem mais desmoralizante do que as previsões económicas do Banco de Portugal: a de que não há muito a fazer a não ser lamentar toda a desgraça em que se tornou a justiça (?) e apelar à razoabilidade (ou será clemência?) de "alguém" ou de um fantasmagórico "sistema" de que todos somos reféns.
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