CARANDIRU: Hector Babenco é actualmente um dos maiores realizadores brasileiros. Depois de Lúcio Flávio, passageiro da noite e Pixote, a lei do mais fraco, chega-nos à mão o filme Carandiru, retracto do maior presídio da América do Sul, uma imagem do sistema prisional brasileiro.
Este filme, baseado na história verídica do Dr. Drauzio Varella, mostra-nos pelos olhos deste médico (durante anos o único da prisão Carandiru) como 7000 homens podem co-habitar em condições degradantes, seus códigos de honra, sua hierarquia e, acima de tudo, como se (sobre)vive numa situação adversa. Contando com um elenco de luxo, onde destaco Milton Gonçalves, Caio Blat, Maria Luísa Mendonça e Rodrigo Santoro, o filme é uma viagem pelas várias personagens, seu passado e sua condição actual, tendo sempre como ponto comum o pavilhão 9 do Carandiru.
Não poupando ninguém (seja polícia, político ou mera malandragem), o filme deixa a eterna questão (à semelhança do Cidade de Deus): será a criminalidade fruto do indivíduo ou da sociedade que o rodeia?
Ou como dizia um dos “malandros” - “Culpa tem remédio Doutor?”
- “Se tivesse, todo o mundo iria querer…”
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