CUSPIR PARA O AR V: Os meus colegas de embarcação deixam-se contaminar por um vírus que ataca muitas vezes a classe política e que se manifesta na intenção de discutir o acessório, ao invés de se centrarem no essencial. E depois saem disparates e coisas desprovidas de sentido ou tão díspares que um vem falar de criminosos como Estaline, Fidel Castro ou Khomeiny e outro vem a despropósito clamar por El-Rei D. João II. Eu sei que eles estão apenas a dar largas ao seu enorme e conhecido sentido de humor mas, à cautela, e dado que os meus conhecimentos de informática não me permitem fazer-lhes aqui um desenho, vou tentar explicar-lhes tudo novamente, mudando as palavras.
Jorge Sampaio entendeu por bem, mesmo que indirectamente como só ele sabe, criticar os políticos nacionais de hoje e criticar os políticos do antigo regime (centro-me nestes últimos porque é o que agora me interessa). O que ele criticou não foi o reinado de nenhum dos nossos monarcas, por melhor ou pior que tenha sido, foram os políticos do antigo regime e, por isso, não faz o menor sentido a referência a D. João II (que seria, de resto, um excelente governante em qualquer época): vem a despropósito.
Repare-se, em segundo lugar, que o que Jorge Sampaio criticou não foram as políticas do antigo regime (coisa que poderia perfeitamente fazer, seria legítimo e ele já o fez por diversas vezes): criticou os políticos.
A exemplo de políticos do antigo regime, arrolei uma ou duas dezenas de nomes que me ocorreram de pessoas que exerceram funções governativas, na administração local ou na assembleia nacional durante o antigo regime. Qualquer uma dessas pessoas é aquilo que costumamos chamar de pessoa de categoria superior, ímpar e inigualável. Isso, creio que nem NMP nem PC contrariam, gostem ou não dos nomes (eu também não gosto de todos), e tenho a certeza de que NMP e PC, juntamente comigo, a nenhum deles chamariam “bandalho”. Podem não concordar com a política deles ou exercida por eles, mas Jorge Sampaio não se referiu à política e sim aos políticos do antigo regime. Como eu (disse-o três vezes).
E não se referiu a quaisquer políticos, designadamente estrangeiros, mas apenas aos políticos portugueses do antigo regime. Por isso mesmo, a referência feita por PC àquelas personalidades criminosas é igualmente desprovida de qualquer sentido (tanto mais que PC frisou que não pretendia efectuar qualquer comparação).
De onde só o sentido de humor explica os posts dos meus colegas de embarcação. Pena é que não tivessem nada a ver com o que escrevi. Pena, porque os meus amigos são capazes de muito melhor.
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