FUTEBOL E POLÍTICA: Em Portugal, têm involuido de mãos dadas nos últimos trinta anos:
- dos estádios apinhados aos estádios vazios / das eleições participadas aos recordes de abstenção;
- tal como no futebol, também na política não se apostou na formação (salvo raras e honrosas excepções). Do mesmo modo que nos clubes o pouco dinheiro disponível é sempre usado para contratar um anónimo craque brasileiro, na esperança de acertar na taluda, os fundos que recebemos da UE durante estes anos todos também não foram gastos nas necessárias reformas;
- no futebol - dada a qualidade dos nossos árbitros e a clubite que impera nos orgãos de jurisdição - a justiça também não funciona;
- no futebol como na política, há uma grande crise de competência;
- a maior exposição mediática põe a nú alguns truques mas também "puxa pelos atletas". Muitos preferem o brilharete individual à custa da equipa;
- Futebol e política perderam "espectadores" mas ganharam "tele-espectadores";
- os casos de corrupção também acabam em nada;
- o jogo é lento, defensivo, pouco objectivo e joga-se para não perder. Não há estratégia a longo prazo nem entrega total. Marcam-se poucos golos mas refila-se muito. Dizem-se muitos disparates.
Finalmente, o jogo e os jogadores reflectem a sociedade em que vivemos, tal como moldada pelos nossos governantes: privilegia-se o golpe, o truque, a esperteza. A falta simulada, o penalty "cavado", o castigo exagerado, a ronha permitida, a troca de piropos nos jornais, etc.
Vale tudo, desde que ganhemos, i.e., desde que nos safemos...
E, infelizmente, não se perspectivam grandes melhorias. A fusão entre os dois mundos fica bem representada nas palavras de um governante, Domingo à noite, lamentando a perca ocorrida em Guimarães...
Mar de opinioes, ideias e comentarios. Para marinheiros e estivadores, sereias e outras musas, tubaroes e demais peixe graudo, carapaus de corrida e todos os errantes navegantes.