IMIGRAÇÃO: Uma das origens da diferença de dinamismo entre a sociedade americana e europeia é a forma como é olhada a imigração. George W.Bush esta semana fez mais uma demonstração dessa diferença. Lançou um novo plano de imigração que permitirá a legalização de 8 milhões de imigrantes ilegais e apelou ao aumento do número de green cards (autorizações de trabalho e residência) emitidos anualmente que são agora cerca de 140 mil. Os Estados Unidos têm todos os anos pedidos de cerca de 7 milhões de pessoas que querem viver e trabalhar aqui. Claro que estas propostas vão ser, num ano de eleições, contestadas e disputadas, mas a dimensão deste esforço revela uma clarividência política e predisposição da sociedade que deviam fazer corar de vergonha a Europa.
Alguns estudos sustentam que para a manutenção da taxa de crescimento da economia europeia dos últimos quarenta anos até cerca de 2050, serão necessários mais de 50 milhões de imigrantes. Primeiro, porque nós europeus deixámos de nos reproduzir. Segundo, porque há medida que o bem estar económico e social aumenta bem como o nível educativo, há uma série de tarefas profissionais que os locais deixam de querer efectuar.
A classe política europeia não encara esta questão de frente. É titubeante. Está, nesta matéria, refém dos Le Pen e imitadores mais ou menos tímidos do resto do continente. Tem medo do poder dos sindicatos, essas organizações humanistas que, no afã corporativo de defender apenas e só os seus associados, contribuem e muito para este clima anti-imigrantes.
Se queremos uma economia dinâmica, aberta, se pretendemos criar condições para o crescimento económico e o desenvolvimento social a médio e longo prazo, se ambicionamos viver numa sociedade liberal em todas as suas dimensões, temos o dever de combater esta demagogia anti-imigração.
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