INSÓNIAS: Quem nunca as teve? Quem nunca as sofreu? Coisa horrível, temível, terrível: tudo a dormir regalado pela casa toda e só nós, sozinhos, a deambular, a ver passar os minutos, a pesquisar novamente o frigorífico, a passear pelos canais da televisão, demorando-nos nos das compras (funcionará mesmo, aquela máquina de exercícios?...), revendo o delicioso Archie Bunker (estará bem escrito?...). Irra, que a noite nunca mais acaba! E tudo a dormir. Todos contentes, regalados, satisfeitos, na sorna, no descanso. Pode-se fazer o barulho todo, deixar-se as luzes abertas por onde se passa que numa noite de insónias ninguém acorda para nos fazer companhia. Parece que é de propósito.
As minhas insónias são uma coisa horrorosa, metem-me medo. A mim dá-me para ler pela noite fora, acabando por adormecer aí pelas seis da manhã, de luz e livro abertos.
As do meu colega PC também são más. Tradicionalmente más. Já as conheço há muito, muito tempo, mais do que os vinte anos que cantava o José Cid ou talvez mesmo dessa época longínqua. Percorre a nau de uma ponta à outra, fazendo barulho por tudo e por nada, zangado com Deus e com o Mundo, incomodando tudo e todos, quer ir a terra, quer companhia, um desastre.
A mim, como disse, dá-me para ler. Ao PC, mais activo, as insónias dão-lhe para matraquear o teclado do computador com escritos para o Mar Salgado.
Por isso não ligo muito aos posts dele escritos às quatro da manhã. Desejo-lhe apenas melhor sono na noite seguinte.
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