O DEBATE MAIS IMPORTANTE: Começou nas instâncias comunitárias uma das discussões mais importantes para o futuro do país nos próximos dez anos: as perspectivas financeiras da União entre 2007 e 2013. Esta notícia dá conta do ponto em que se encontra o debate.
A proposta do comissário de política regional, Michel Barnier, é a de que os fundos estruturais deverão ser divididos entre as regiões dos actuais estados-membros e dos novos estados (50% para cada). Esta proposta encontra uma forte oposição por parte dos maiores contribuintes para o orçamento comunitário - a Alemanha e a França (que estão já com os olhos postos a Leste). Acresce que os países contribuintes pretendem limitar o orçamento comunitário a 1% do PIB da União Europeia, o que diminuiria ainda mais os fundos estruturais para desenvolvimento de regiões mais desfavorecidas. Esta importante negociação decorrerá durante este ano e 2005.
Um facto curioso, que se retira da leitura da notícia, é que o comissário Barnier utiliza o exemplo de Portugal, como um dos países que não soube ou não conseguiu aproveitar os fundos entretanto dispendidos, para justificar a divisão de fundos que propõe. Com base no exemplo português sustenta a sua tese (que aliás nos parece correcta) que a União deve manter a sua atenção na coesão económica e social entre regiões e não deixar nenhuma para trás. Como é fácil de perceber pelas declarações de outros intervenientes neste processo, este destino é cada vez mais provável.
Usando uma abordagem cínica e estreita, a utilização do caso português nem é mau de todo, do ponto de vista de posição de partida parta a negociação de mais fundos após 2006. Numa análise mais funda e séria, estas declarações são um claro atestado de que temos andado, pura e simplesmente, a ver passar os outros.
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