A PRAIA DA FALÉSIA: Tal como tinha previsto, e não é preciso ser vidente, Portugal descobriu o fantástico mundo da morte súbita. De repente, uma geração desconhecida de “cardiologistas” se levantou, e por todo o lado discute-se a desfibrilhação (embora ainda seja uma palavra de difícil pronunciação!), a cadeia de sobrevivência, as malformações congénitas, o ecocardiograma, entre muitas outras coisas.
Mas o mais acertado que ouvi foi dito pelo meu colega e amigo Nuno Freitas quando, em directo para a SIC-Notícias, lembrou que, mesmo apesar desta tragédia, as pessoas mais saudáveis dentro dos estádios de Futebol são os jogadores. É óbvio! E que quis ele dizer com isso? Que todos os estádios devem ter planos de contingência e normas de actuação para que em situações semelhantes se actue como mandam as guidelines internacionais. Não só para os jogadores, mas também e principalmente para o conjunto de homens e mulheres sedentários, fumadores, idosos, obesos, com mais não sei quantos factores de risco, que domingo a domingo vão aos estádios de futebol. São estas as pessoas em risco; não só nos estádios mas também nos supermercados, praças e qualquer outro local onde se aglomerem multidões.
Quanto ao Europeu podemos estar todos descansados. Num país que vive de reacções, com certeza que neste evento desportivo o número de médicos e restante profissionais de saúde assim como de material de reanimação vão pecar por excesso.
Mas quando em pleno Agosto, numa qualquer praia da falésia apinhada com milhares de cidadãos a banhos desidratando lentamente sob o sol Algarvio ocorrer uma morte súbita, quero ver onde vão buscar o famoso desfibrilhador. Ao estádio de Faro/Loulé?
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