SAMPAIO II: Para esclarecimento do nosso PC, gostava apenas de explicar porque não gosto de Jorge Sampaio:
Institucionalmente: penso que se contam pelos dedos de uma mão o conjunto de situações em que se destacou pela positiva, i.e., para além do normal e exigível. Assim de repente, lembro-me do discurso proferido na entrega dos prémios Nobel aos timorenses e de um discurso recente, em Espanha, sobre os entraves manhosos que os nuestros hermanos colocam ao investimento português no seu país. Para além disto e tal como disse o FNV, não mostrou curriculum que justificasse a sua eleição (embora este último aspecto fosse facilmente ultrapassável através de um bom desempenho).
Pessoalmente: algumas das situações em que, em minha opinião, falhou como presidente levam-me a não poder simpatizar com a pessoa. Refiro-me, por exemplo, à forma como pactuou com o desgoverno Guterres - quase não abriu a boca - e à sua passividade perante a degradação das instituições democráticas - quando o orçamento foi aprovado com o negócio limiano.
Para além disso, pretendeu repetir o referendo sobre a regionalização porque a maioria dos portugueses não decidiu como Sª.Exª queria, revelando pouco respeito pelo voto da maioria.
Finalmente - e abstraindo-me de acrescentar algumas ajudas pontuais ao partido - numa das primeiras entrevistas após a sua reeleição, revelou que já poderia falar outra vez sobre a realidade política portuguesa, uma vez que não o pudera fazer no último ano do primeiro mandato. Este último teria sido sacrificado ao superior desígnio da sua reeleição pelo que, mais não fez do que dizer "serenidade", de vez em quando, aqui e ali, representando-se a si mesmo e trabalhando para si - e não para os portugueses.
No entanto, atendendo à involução da nossa sociedade, temo que o pior ainda esteja para vir e que as razões acima apontadas se tornem risíveis perante o cenário que nos espera, no dia em que a geração bigbrotheriana ditar as suas leis.
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