SER PORTUGUÊS É MUITO PERIGOSO II O malhadiço arquitecto foi desta vez malhado pelo nosso Neptuno (tarefa habitualmente desempenhada com garbo pelo também nosso PC). Intrigado com tanta ralação, só me apercebi do móbil do crime do arquitecto lá mais para o fim do texto: a provocação castelhana. Julgo ter-se tratado de isso, de uma provocação. Mas a virulência da reacção no Neptuno sobressaltou-me.
Reza a História que na impossibilidade do Inquisidor-mor do reino, D. Henrique, velho e doente poder ter filhos, os nobres e os ricos lusitanos optaram por Filipe II em detrimento dos simpáticos D.António e Dª.Catarina. É por estas e por outras ( basta conhecer a história dos Bourbons e dos Habsburgos) que muito me rio quando vejo dizer que as monarquias são o garante das independências nacionais: algumas sim, outras não.
Mas adiante que se faz tarde. Reza também a História que enquanto houve festança, houve Dª.Constança: só no reinado de Filipe III, com impostos mais altos por via das dificuldades ultramarinas de Madrid é que o povo e os burgueses se começaram a irritar, e lá obrigaram o hesitante D.João IV (ameaçaram-no com a Républica) a encabeçar a revolta. Claro está que os nobres portugueses que estavam em Madrid por lá ficaram, felizes da vida, ao serviço de Filipe IV.
Esta história das relações com Espanha, que nos dias de hoje mistura Olivença com a economia, mexe pelos vistos com muita gente. Pela minha parte sempre sonhei com uma união com a Gronelândia: bons ares, água com fartura e muito bacalhau. Mas como não sou fidalgo nem padre, quando e se perguntado pelo fastidioso assunto castelhano, farei minhas as palavras de Maquiavel: Como é perigoso libertar um povo que prefere a escravidão.
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