UMA ESMOLA AMERICANA? Noticia o Independente que os EUA vão oferecer a Portugal uma fragata da classe Perry, para já: depois outras virão. O autor da peça diz que a fragata está em bom estado, e que a classe referida está destacada para as Caraíbas e Pacífico. Diz também que de facto existem alguns problemas no up-grade do equipamento, nomeadamente o director de tiro e o radar de superfície. Mas no cômputo geral, obrigadinho Tio Sam.
Subsistem no entanto alguns probleminhas. Esta fragata que vem já, a USS Sides pertence de facto à classe Oliver Hazard Perry, mas é uma versão curta das FFG-14, foi construida em 1970, entregue em 1981 e passou á reserva (descomissioned) a 02/28/03.
Quando foram lançadas, estas fragatas tinham boas capacidades de POS (Proteccion of Shipping) e de ASW (Anti-Submarine Warfare), mas o tempo passou. Os americanos foram actualizando, na viragem do século, as limitações naturais de um equipamento datado. Assim, apenas os 10 navios ainda operacionais receberam o Sidekick ( um jammer contra ASM's de baixa altitude), tal como um up grade dos helis que fazem parte do sistema de combate: têm agora dois SH-60B Seahawk LAMPS (Light Airborne Multipurpose System), uma variante naval do famoso Blackhawk do filme de Riddley Scott, que já possui torpedos MK 46/50, maior capacidade de carga e maior raio de acção (450 milhas náuticas)
Ou seja, a melhoria na capacidade do radar (o original tem apenas 23 milhas náuticas de range), no sitema de defesa anti-submarino e na capacidade dos helis transportados a bordo, é o que torna as ainda FFG-7 em serviço, apetecíveis: é o caso das que estiveram em 1996 no Báltico, no BALTOPS, e das que estão nas Caraíbas em controlo de narcóticos. Mas os EUA oferecem as desactualizadas, cujo custo de conversão é desconhecido mas pode ser calculado em função do custo independente de cada um dos up grades necessários. Por alto e amadoramente, pelas minhas contas, a partir de 100 milhões de euros (20 milhões de contos para cada unidade).
É evidente que Portugal não pode fazer a figura de pobre e mal agradecido. Mas é escusado transformar uma côdea de pão num bolo-rei.
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