CATARSE: A reunião que hoje decorre na Alemanha dos Ministros de Defesa da NATO tem uma dimensão catártica. O resultado final ainda não é claro, mas é óbvio que era bem necessária uma troca de impressões francas entre aliados de 50 anos.
O Ministro da Defesa alemão reafirmou a oposição germânica, há um ano e agora, às justificações para a guerra no Iraque. Rumsfeld expôs, em tom frontal e sincero, a mágoa dos EUA pelo facto de alguns dos presentes na sala terem manifestado publicamente a opinião de que lhes seria indeferente quem ganharia a guerra.
Há uma notória necessidade de obter o apoio dos aliados europeus para a nova fase de institucionalização da democracia no Iraque. Sem eles, nada é possível. A começar na questão da dívida, cujo peso (mais de dez vezes o valor do PIB iraquiano) retira qualquer hipótese de sucesso a uma estratégia de desenvolvimento económico e social. Os principais credores são os alemães, franceses e russos. Continuando pela partilha do esforço de segurança.
No final, a natureza da coisas levará inevitavelmente a um entendimento. Neste contexto, uma troca de argumentos franca, clara e catártica será certamente um bom passo na direcção certa.
Mar de opinioes, ideias e comentarios. Para marinheiros e estivadores, sereias e outras musas, tubaroes e demais peixe graudo, carapaus de corrida e todos os errantes navegantes.