HÁ UMA PRIMEIRA VEZ PARA TUDO: E pronto. É assim mesmo. Diz o meu Amigo VLX que programou o seu texto polémico sobre a descolonização "milimetricamente" para depois avaliar as reacções e tirar conclusões. Conhecendo-o bem, sei que é pessoa que não mente e acredito cegamente na sua palavra.
Sucede que, pela parte que me toca, nunca tinha servido de cobaia para um estudo de outrem - ao menos que me desse conta. Pelos vistos, aconteceu agora, no lugar onde menos esperava. Na verdade, nunca aqui escrevi com reserva mental, nem com o intuito de estudar as reacções alheias. Mas isso é, evidentemente, um problema meu, e não uma atitude susceptível de imposição generalizada aos outros.
Talvez tenha sido um exercício interessante para quem o concebeu. De toda a forma, não sei se os resultados alcançados são surpreendentes: mesmo antes do estudo de campo de VLX, era bastante claro, para mim, que o tema da descolonização não goza ainda da distância histórica suficiente para uma sua análise "objectiva" (dentro dos flexíveis parâmetros de objectividade que a ciência histórica permite), como aliás é sabido por quem se dedica a essas hortas. Sim, a água ferve a 100º. Too much ado about nothing?
Tinha vontade de contradizer o nosso VLX e de lhe explicar que, de facto, ir buscar refugiados a Espanha durante a Guerra Civil não era apenas um problema de polícia criminal (como o não foi a concessão de vistos a judeus por Aristides Sousa Mendes, contra ordens expressas de Salazar, durante a 2ª Guerra) e sim um assunto da polícia política. Mas não sei se o VLX já despiu a bata de cientista ou se continua no seu laboratório. E como eu já despi a pele da cobaia, acho melhor calar-me.
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