MARTINS DOS SANTOS PÓS-MODERNO: Eis-nos de novo sem tecto, entre ruínas: uma outra referência que se perde, deixando no seu lugar o espanto e a desorientação.
Tenho Martins dos Santos como o estereótipo do árbitro péssimo. MS consegue juntar, em combinação rara, tudo o que um árbitro não pode ter: má preparação física, acompanhando as jogadas a 30 metros; mau julgamento técnico; dualidade de critérios que não tem, ela própria, um critério discernível; modos arrogantes e despropositados; mania do apito, interrompendo constantemente o jogo; incapacidade para controlar os jogadores em situações "quentes"; incapacidade para se controlar a si próprio nas mesmas situações; e, sobretudo, uma pulsão irresistível para mostrar cartões de todas as cores nas situações mais improváveis.
Pois hoje, MS decidiu deixar-me sem paradigma. Exceptuando o penalty que ficou por assinalar contra a AAC, já no fim do jogo, fez, no plano técnico, uma das melhores arbitragens a que assisti em Portugal. E onde errou MS? No plano disciplinar, decidindo não mostrar qualquer cartão amarelo, mesmo em jogadas que os exigiam. No tipo de comportamento, substituindo os modos de sargento embriagado por cachaporradas amigáveis nos cachaços dos artistas.
Secretamente, para que o meu mundo não caia, espero que a manchete dos desportivos de amanhã seja "Martins dos Santos fez-se substituir pelo seu irmão gémeo".
PS: Uma palavra de apreço para a AAC, que esteve no seu melhor: jogo vistoso, bola no pé, codiciosa e totalmente improdutiva. E outra para o Benfica, que, na definição lapidar do nosso FNV, é sem dúvida a equipa portuguesa que mais deixa jogar o adversário. Felizmente, há coisas que não mudam.
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