TUDO É POSSÍVEL: Já aqui sustentámos que John Edwards seria o candidato que mais problemas causaria a Bush. Edwards é a antítese de Bush. Nascido numa família humilde (foi a primeira pessoa da sua família a frequentar a universidade), fez uma fortuna como advogado de barra, sobretudo através de litigações sobre responsabilidade civil e comercial. Ajudou a "sacar" mihões de dólares em indemnizações a empresas. A sua experiência de tribunal fez dele um orador entusiasmante - o próprio James Carville, ex-director de campanha de Clinton, o considerou o melhor orador de improviso que já tinha visto (superior até a Clinton).
Tem mantido habilmente ao longo da campnha um discurso pela positiva. Não ataca nenhum dos outros candidatos. O que lhe garantiu muito sucesso nestas primeiras primárias - os eleitores, na hora de votar, desprezaram o tom raivoso de Dean. A ideia forte do seu discurso é a existência de duas Américas diferentes, uma para os ricos, outra para os pobres, uma para os lobbistas e outra para os cidadãos comuns. Onde a motivação dos eleitores é a economia ou a identificação emocional com o candidato, Edwards tem excelentes resultados.
Não admira, pois, que muita gente pense que será o candidato a vice-presidente de Kerry - é sulista e complementa o senador do Massachussets quase de forma perfeita. Acontece que Edwards sabe, a partir de hoje, que tem uma chance de ser o nomeado. Se a corrida se afunilar entre ele e Kerry, tudo pode acontecer. Nos estados grandes, onde a maioria dos delegados se decidem, não é líquido que a actual onda de Kerry continue a funcionar.
Talvez por isso, hoje à noite, subiu ao palco eufórico. Proclamando, num brilhante trocadilho entre a sua história pessoal, a sua mensagem política e o futuro da sua campanha, In our America, everything is possible.
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