INOCÊNCIA: Como bem diz o nosso PC, as palavras nunca são inocentes. Por isso, ele está certamente em condições de perceber porque há muita gente que se escandaliza quando ouve por vezes falar em "suicidas" em vez de "assassinos" e em "mártires" em vez de "terroristas".
Sei que no debate israelo-palestiniano nada é o que parece. Estamos perante um gigantesco jogo de cinismo mútuo. Um jogo de sombras e espelhos. Em que os extremistas de ambos os lados, que hoje comandam a política na zona (o xeique Yassin era, aliás, um deles), não dizendo o que realmente querem (a destruição do outro), prosseguem pacientemente o seu caminho de violência e morte.
Por não me querer deixar arrastar para o campo minado da linguagem, escolhi uma palavra anódina como "morte". Para usar uma expressão cara ao nosso PC, julguei, quiçá precipitadadamente, ter-me posto a salvo dos "polícias do pensamento" (ou neste caso, talvez mais apropriado, dos "inspectores da linguagem"). Retribuindo a vénia, um sincero agradecimento ao nosso PC que, com o seu esclarecimento, me colocou a salvo desse tipo de críticas.
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