MORTE NO BÁLTICO: Os campeões do suicídio ( retomando um velho refrão de Zappa) na Europa ( dados fechados para 2002) são os lituanos: 44/100.000 habitantes. Se quiserem uma comparação, os EUA e a Inglaterra têm uma taxa de 11/100.000, a Finlândia 33/100.000. Os letões e os estónios exibem uma taxa aproximada da dos seus irmãos, 34 e 33/100.000 respectivamente.
Danute Gailiene, investigadora da Universidade de Vilnius diz-nos coisas interessantes: desde 1924, data em que os registos se oficializaram, a taxa de suicídio manteve-se baixa por várias decádas - entre 5 e 9/100.000. O suicídio aumentou nos anos sessenta, e voltou a baixar nos anos da perestroika. Depois da independência em 1991, a taxa sobe de novo, atingindo um pico de 49/100.000 em 1996: 1,723 lituanos decidiram pôr termo à vida nesse ano. Gailiene nota que 82% dos suicidas são homens, de idades compreendidas entre os 40 e os 60 anos, vivem em zonas rurais e são na sua maioria hard-drinking persons.
As explicações do fenómeno báltico são as de sempre: desmoronamento do mundo rural e depressão económica associada aos grandes processos de transformação social, explica Airi Varnik, do Estonian-Swedish Institue of Suicidology. Mas Varnik acrescenta que os homens matam-se mais do que as mulheres bálticas, porque ainda carregam o peso da responsabilidade no que se refere à estabilidade económica da família. Uma feminista pós-moderna encolheria os ombros, dizendo que isto é o preço a pagar pela submissão social das mulheres: fossem iguais, e morreriam igualmente. Um psicólogo esforçado diria que as mulheres são umas incuráveis optimistas.
PS: dados sobre a matéria e sobre os investigadores podem ser pesquisados em www.rferl.org/features/2002 e em www.lysator.liu.se/nordic/scn/suicides
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