MÁRIO SOARES E A DEMOCRACIA: É lugar comum dizer-se que Soares foi o pai da democracia e o homem deve ter-se convencido disso mesmo. Tanto, que só por ele imaginar que a democracia é dele e que dela faz o que quer e lhe apetece (como faz com o PS) é que se podem compreender as suas últimas atitudes. Daí que não estranhe ao público em geral que Mário Soares diga o que se lhe oferece sobre quem quer, escondendo-se às mínimas consequências. Deve ser da idade. De outra forma compreender-se-ia mal que quem lutou contra a ditadura queira impor a democracia do quero, posso e mando. Com efeito, Mário Soares parece querer ofender as pessoas e a democracia, pode, porque os jornalistas em geral se babam a ouvi-lo e a reenviar a sua mensagem e, quando alguém o chama ao debate, manda dizer que não vai. Assim é fácil!
Mário Soares tem vindo a ofender um partido e o seu líder sempre que pode e até quando não pode. Mesmo admitindo academicamente que aquilo que verdadeiramente o move seja a defesa da sua vida familiar e particular, a sua paz sossegada, os termos em que tem intervindo são inacreditáveis e inaceitáveis numa democracia. E, ainda numa democracia, o facto de se recusar ao debate sobre o que diz é uma verdadeira cobardia.
Entendamo-nos: sempre que fala, Mário Soares tem injustificadamente sujado e ofendido o CDS/PP e o seu Líder. Ora, este último é, nada mais nada menos, do que o Ministro de Estado e da Defesa e o Presidente do terceiro partido mais votado no país. Não é um qualquer: é um daqueles que as pessoas escolheram pelo voto. O terceiro. E Mário Soares, político reformado (menos para o PS), pretende que a sua posição pessoal (qualquer que ela seja) lhe permite ofender pessoa democraticamente votada e eleita. Chamado a debate, diz que está velho e que não discute com novos. Se está velho para debater, não opine, que é o que faz de melhor. Se opina, debata; que é o que faz pessoa séria!
Mas nós sabemos todos porque é que Mário Soares não debate: é porque perde. Mário Soares prefere proferir um conjunto de banalidades do alto da burra - como diz o povo -, sem qualquer tipo de contraditório, pois da última vez que o teve - e eu lembro-me bem - levou dez a zero de um Pacheco Pereira misericordioso e cordial e saiu de maca. Se Mário Soares debatesse hoje (sobre o que quer que fosse) com um Paulo Portas sem o mínimo de piedade, levava vinte a zero e saía em estado de coma. É evidente que Mário Soares não quer isso. Mas eu só estou a falar de se ter ou não a coragem de defender a honra ou de fazer hara-kiri... Mário Soares não tem coragem para nenhuma das duas hipóteses. Então cale-se.
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