UM TROCA-TINTAS E UM PINTOR DE NUVENS: O Dr. Louçã dedicou-se à mais espúria das tarefas: reler antigos textos de Paulo Portas e compará-los com novas falas de hoje. Por seu lado, o visado pediu aos espectadores da SIC-Notícias compreensão para um rapaz de 19 anos (ele, na altura), e dedicou-se por sua vez, a imaginar o que seria reler os textos pós-adolescenciais de Louçã: "ocupação selvagem de fábricas" e outras traquinices do género.
Nunca tive o menor respeito por essa treta de que aos jovens, é suposto ser permitido (e aconselhado), o arroubo ideológico. Se se é novo, é suposto ser-se tolerante, aberto, curioso, e não fanático; muito menos com tiradas político-morais arrogantes, à esquerda e à direita, a tresandar a leite. Mas nesta troca epistolar entre estes dois neo-calvinistas, uma coisa sobressai: Louçã, permanece fiel o seu tenebroso livrinho de 1989, sobre nuvens passageiras, Uma Herança Tricolor, Portas estaciona no que sempre foi: um troca-tintas.
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