VAGALHÃO DE FUNDO: Parece haver uma certa esquerda (ou centro-esquerda) que "rema" dia e noite para a vaga de fundo de Guterres, na sua corrida para Belém. Mais do que uma vaga, penso que estamos perante um vagalhão que não convem que dê à costa. No entanto, se repararmos nas sondagens do passado fim de semana, parece que o cenário começa a ser montado para uma corrida entre Guterres e Cavaco o qual, em minha opinião, é o que mais favorece uma eventual vitória de Guterres.
As sondagens que apontam Cavaco como candidato mais votado são sondagens em tempo de paz, que permitem às pessoas recordar apenas a sua boa governação e de como seria justa a sua vitória, como recompensa pela forma como serviu o país. Por oposição ao pródigo e fugitivo Guterres.
No entanto, numa campanha eleitoral, há (entre outros) dois factores que decidem a favor de Guterres. Por um lado, o seu maior poder de comunicação (é mesmo o rei da retórica ôca) o que, em Portugal, é decisivo. A memória é curta. Fará com que as pessoas o aceitem como presidente, sabendo-se que assim não terá que (des)governar. Por outro lado, Cavaco é em si mesmo um personagem datado, que será facilmente conotado com um Portugal do século passado que, provavelmente, já não existe. O tom cinzento do próprio candidato não ajuda muito.
Perante este quadro e por muito que custe a alguns, Santana Lopes será, do ponto de vista eleitoral, o melhor candidato da direita.
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