ABERTURA A LESTE: O alargamento da UE assinala algo de extraordinário na História europeia: pela primeira vez, a leste, as fronteiras são massivamente abolidas, mas não pela acção de imperadores e seus impérios, pela guerra ou pelo fanatismo religiososo e ideológico. Este alargamento resulta da vontade dos povos, de um projecto civilizacional claro, da sobrevivência a uma das maiores mentiras da História. Mas também resulta da homogeneização cultural, tal significando economia, estilos de vida e circulação de informação perigosamente comuns: como já ensinava Maquiavel, valores cruciais competem por vezes entre si, a escolha humana é dilacerante e abandónica.
J.Linz e A.Stepan, num interessantíssimo estudo publicado já há alguns anos ( Problems of Democratic Transition and Consolidation; Southern Europe, South America and Post-Communist Europe,1996, John Hopkins University Press), resumiam algumas das características dos colapsos comunistas em alguns dos países que hoje entram na UE. A nota comum era a raiz ocidental da resistência que húngaros e checos, por exemplo, sempre detiveram apesar da opressão comunista, bem como a presença católica na Polónia. No fundo, eles estiveram sempre conosco.
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