CENSURA: Por vezes não consigo deixar de pensar nos divertidos efeitos laterais da existência de uma censura e da falta de liberdade de expressão. O que não deviam gozar antigamente os cronistas dos jornais, os que faziam letras para canções! Aqui neste barco é mais consentido arrombar a porta da despensa e da adega do que falar daquele desporto que, enfim..., eu não posso falar muito dele, compreendam..., mas que tem 11 tipos de cada lado (ou menos, se se portarem mal), num campo relvado, atrás de um esférico, tentando metê-lo na baliza adversária que geralmente é defendida por um guarda-redes (mas nem sempre...), arbitrados por três inteligentes mais um, todos dependentes de um nunca muito bem identificado sistema (pelo menos a avaliar pelo argumento a que recorrem invariavelmente os não vencedores crónicos). Enfim, vocês sabem: aquele desporto que deixa quase sempre, no fim do ano, uns quantos verdes de inveja, a maioria vermelha de raiva e os restantes num paraíso maravilhoso, completamente nas nuvens alvas, branquíssimas, num fundo de azul celestial, em felicidade suprema, após todo o esforço do ano e dedicação ao trabalho, devidamente orientado. Fugir ao lápis censor (azul, também ele; até o lápis se resignou) é um dos bons e divertidos momentos desta vida. Principalmente não havendo Sibérias no horizonte.
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