DIÁLOGO III: Contribuindo para a lodosa discussão acerca das considerações do Dr. Mário Soares, sugiro aos meus colegas Neptuno e VLX que se entregue o assunto a quem sabe. Esse símbolo da coerência e da ética política que dá pelo nome de Tony Blair, e que tantos apontam como o exemplo a seguir na Europa, não se limitou a aventar o diálogo com Kadhafi: passou à prática, no dia seguinte a lamentar, in loco, as mortes de Madrid. Diz-se que regressou da Líbia com mais um "país amigo" e um exclusivo de exploração petrolífera para as empresas britânicas.
Há duas décadas atrás, Kadhafi tinha honras de capa na Newsweek e na Time como o maior perigo mundial. Dominique Lapierre e Larry Collins escreviam O Quinto Cavaleiro (cuja releitura pode ser interessante). O caso Lockerbie estava na calha. Se escrevessem neste blogue há 20 anos, os meus companheiros de embarcação troçariam certamente de qualquer lunático que propusesse o diálogo com Kadhafi. E hoje estariam, muito quietinhos, a comer os próprios sapatos.
Reeditado em 5/04/04: Neptuno, na sua divina sabedoria, alertou-me cordialmente para o facto de a versão original do post conter uma frase que, no contexto, podia ganhar um sentido que eu não lhe quis dar. Apaguei-a. Virtudes do diálogo.
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