DIÁLOGO IV: Sempre achei um piadão àquele tipo de pessoas que chega a meio de uma conversa, quer meter a sua colherada e diz coisas completamente a despropósito. Isso provoca sempre momentos hilariantes, com frases desconexas, coisas sem sentido, outras de que ninguém estava a falar, é sempre muito engraçado, mesmo quando se deixa o assunto para quem sabe. De forma que, quer escreva hoje quer há vinte anos atrás, sempre seria incapaz de deixar passar uma oportunidade destas. Devo deixar bem claro que, se fosse há vinte anos atrás, acharia o mesmo do lunático que propusesse dialogar com Kadhafi o que acho hoje do lunático que quer dialogar com a Al-Qaeda. Mais, incomoda-me até que hoje se dialogue com Kadhafi (e meto no mesmo saco Arafates e outros do género), não obstante as suas leves alterações em termos de política (coisa que não apaga o passado, nem o presente dos familiares das vítimas). Nem fui visto aqui a defender Tony Blair (coisa que seria perfeitamente possível). Acontece que – não obstante não ser esse o tema da conversa anterior - compreendo que alterações, mesmo que pequenas, no tipo de política defendida (ou, mais concretamente, no apoio ao terrorismo) possam levar a que hoje seja defensável, importante e até contribua para a paz dialogar hoje com tipos como Kadhafi ou Arafat. Pode até ser que daqui a vinte anos seja defensável falar com criminosos como Bin Laden, hoje é que não é! Daqui a vinte anos, acaso Bin Laden leve na tromba como levou Kadhafi durante estes vinte anos e mude a sua maneirinha peculiar de pensar e de agir, pode até ser que a gente fale com ele. Agora não, agora nunca. Não se discute com facínoras terroristas, da mesma forma que não se dá leite a gatos vadios: nunca mais nos desamparam a loja. E se os gatos só chateiam, os terroristas matam. Parece-me simples, isto, para qualquer adolescente e mesmo para aquela esquerda que aparenta ter parado no tempo, quer essa paragem tenha ocorrido na fase adulta ou noutra qualquer da vida de uma pessoa.
No mais, e nem é pelo preço a que me ficam, devo confessar que nenhuma dieta me fará comer, hoje ou amanhã, os meus queridos sapatinhos. Sou selecto demais quanto à comida. Pode ser pouca e cozida, mas é boa.
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