DIREITOS DE AUTOR: Apreciei a forma como a generalidade dos media portugueses se têm referido ao assassinato de Abdel Aziz. Aguardo, infelizmente, a forma como se irão referir à retaliação. Algo me diz que verei Judite de Sousa ou as meninas da SIC-Notícias anunciar, por exemplo, que "dez crianças e dois velhos morreram hoje em Telavive, num atentado da autoria do Hamas".
Percebem? Morreram assim como quem morre num acidente de viação, num atentado, coisa vaga, com conotações políticas. Nada de pormenores, como convém: helicópteros, mandantes, identidade das vítimas ( sempre cidadãos anónimos), pormenores técnicos, etc.
Uma das razões do sucesso do terror reside na indeterminabilidade destas identificações. Quando o exército israelita mata alguém, sabe-se quando, como, com quê e porquê. No 11 de Março, meio-mundo andou pelo menos 48 horas sem sequer saber a identidade dos assassinos. Ainda hoje, a identidade dos assassinados ( ou das vítimas?) é um detalhe. A estas confusões identitárias deve-se uma boa fatia do sucesso do terror: nada se concretiza, a não ser a coisa-em-si. E essa, esquecemos e arrumamos depressa no sotão das más recordações. Coisas que acontecem, como um desastre de avião.
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