EXCELENTES CABIDELAS: Confesso que não sou particular adepto do frango. Não simpatizo com ele assado, de churrasco ou grelhado, não lhe acho graça estufado, mesmo que com ervilhas e cebolinhas pequeninas; e apenas o tolero em empadinhas se a massa folhada for boa e se estiverem ainda quentinhas. Já vejo o frango com outros olhos se bem misturado num carregado arroz, um arroz de frango bem puxado, no tacho ou no forno, com finas rodelas de chouriço a enchê-lo de calorias... Assim sim, já me começo a dar bem com o frango. Então se passarmos a falar de um arrozinho de frango de cabidela, aí eu sou um adepto fervoroso e faço os quilómetros que forem necessários para o provar.
Cá em casa sai bastante bem mas eu acho que ainda não está completamente nos níveis em que eu o pretendo (mas lá chegará). Aqui ao lado, no Chanquinhas, continua a comer-se um excelente arroz de cabidela, não falha (e, se falhar, é um dos poucos sítios onde se come uma belíssima farinha de pau, mas isso fica para outro dia).
Uma das melhores cabidelas de frango que provei fora de casa foi no Favas Contadas (agora Cepa Torta), na Foz do Douro, quando o Carlos Rocha nos deliciava com a sua cozinha maravilhosa. Mas o melhor arroz de frango de cabidela que se faz e que já comi é, de longe e de caretas, o de casa do meu irmão. Eu nem posso falar muito disso que começo para aqui a comover-me e é uma choradeira danada. Na belíssima e feliz ilustração de Luís Fernando Veríssimo, se falo muito nessa cabidela começa “estranhamente a nascer-me uma lágrima no canto da boca...” Que cabidela de frango! Que senhor arroz de cabidela!... Ai, ai... é melhor nem pensar nisso.
Aprecio também o Ricardo, esse rapaz da selecção; mas é melhor parar por aqui porque senão é uma empanturradela de frangos e eu não me posso esquecer de que estou de dieta!
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