O VINTE E CINCO DO QUATRO, HOJE (III): O nosso VLX, no tom provocador que o caracteriza, fez aqui a sua súmula muito pessoal do que foi, para ele, o 25 de Abril. Fê-lo, em parte apoiando-se em pseudo-cientificidades (cita uma entrevista de Veríssimo Serrão ao Independente e uns livrinhos do JN; mas já não lhe interessa, por exemplo, o 7º Volume da História de Portugal de José Mattoso - 559 páginas dedicadas ao Estado Novo -, talvez por ter uma introdução de Fernando Rosas), em parte invocando um artigo de opinião de outro Vasco.
Já não me interessa discutir aquela ideia mirífica de que foi a ditadura que desenvolveu Portugal (como se as democracias europeias tivessem estagnado ou regredido no mesmo período), nem a viciada questão da descolonização (que Salazar não teve a coragem de fazer), nem mesmo a absurda comparação do PREC, durante um ano e meio de Estado ausente, com a violência institucionalizada, de Estado, durante 48 anos. Admito que seja um cansaço perigoso, mas hoje não.
Todavia, como o nosso VLX se dirige "aos mais jovens", impõe-me o dever de dizer a esse putativo público que, para mim, a principal vantagem do derrube da ditadura foi a vitória da ideia de que não há pontes, nem territórios ultramarinos, nem subsídios de aleitação, nem interesses de classe (para não me virem já com o relambório do comunismo) que valham a liberdade pessoal:
o que é (ou deveria ser) evidente no plano dos princípios concretiza-se, cedo ou tarde, nas suas consequências. É ler Mateus, 7, 24-27.
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