SEMPRE O DIÁLOGO: Bin Laden propôs-se deixar de fazer atentados nos países europeus que vierem a retirar as tropas do Iraque e do Afeganistão e que rompam com os norte-americanos. Esta proposta mantém-se por três meses mas, em relação aos EUA, dirigentes da sua esfera, grandes instituições mediáticas e às Nações Unidas, a luta prosseguirá.
Imagino que grande parte da esquerda, cega de velhos ódios e de vergonhosas derrotas políticas, veja aqui uma possibilidade de pressionar a opinião pública contra os EUA (esquecendo-se deliberadamente de que se os americanos estão no Iraque e no Afeganistão é porque foram antes visitados em New York pelos terroristas) e de mais uma vez defender o diálogo com Bin Laden (provavelmente para apreender os problemas sociais de que o homem padecerá...).
Mas é preciso ser-se muito tapado para não se perceber que o homem é doido e que está carregado de um ódio perfeitamente injustificado. A esquerda (ou parte dela) poderá compreender a sua fúria contra os EUA mas como explicarão a manutenção dos ataques contra as “grandes instituições mediáticas” e as “Nações Unidas”? Imagine-se que a gente dialogava, aceitava romper com os EUA (que nos andaram – e andam - a defender estes anos todos) e, no dia seguinte, caía uma bomba na sede da ONU, matando gente de todas as nacionalidades? O tipo hoje quer que a gente rompa com os EUA, e amanhã? Pretenderá que a gente rompa com quem? Que lhe dê o quê? E se não dermos? Risca-nos o carro? Mata-nos os familiares? Proíbe-nos a feijoada? Mas está tudo doido?
É preciso não confundir a civilização muçulmana, tão sedenta de paz e de prosperidade como a ocidental, com este tipo ou com este grupo minoritário de fanáticos que põem em perigo a paz mundial: com os muçulmanos, devemos dialogar civilizada, cordial e humanamente em prol de um futuro melhor para todos; com os doidos, devemos proteger-nos e ajudar quem nos protege.
Quando andava no Liceu havia por lá um grandalhão que nos roubava os livros, extorquia dinheiro, nos amedrontava, sempre ameaçando pancada. Depois lá ia para o bar atafulhar-se de patas de veado e de bolas de Berlim com o nosso dinheiro, ou jogar nas máquinas para o Avenida. Alguns tentavam dialogar com ele mas não se livravam de levar caldaças na cabeçona ou de lhe pagar as lambarices. Até que um dia um grupo de tipos bem mais pequenos do que ele se encheu de coragem e decidiu acertar-lhe o passo arrebentando-lhe as trombas de uma vez. A partir daí nunca mais houve problemas nem mais ninguém cedeu às chantagens do tipo, que até tinha uma semanada considerável para a época e não precisava nada daquilo. Foi bom remédio.
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