30 ANOS: O PPD/PSD faz 30 anos. Sendo o partido em que a direita vota, prefiro largamente a expressão partido reformista a partido de direita. Não por qualquer espécie de complexo de esquerda (que não tenho), mas porque a expressão partido de direita não apanha a verdadeira dimensão da coisa.
Fruto do génio de Sá Carneiro e restantes fundadores e da sua prática política, o PPD/PSD cedo se tornou o partido dos que pretendem transformar a sociedade portuguesa numa sociedade mais livre (politica, economica e socialmente). Dos que recusam o imobilismo a que o sectarismo ideológico leva. Dos que compreendem que o desenvolvimento só é económico para vir a ser social, mas que este sem aquele é uma receita certa para o empobrecimento de todos.
O PPD/PSD é o partido da direita (uma vez que esta maioritariamente nele se revê) mas não é apenas isso. Ao contrário de outros, que são apenas partidos de esquerda e de direita, dogmáticos e conservadores.
É essa a sua força, que lhe permite renovar-se, reinventar-se, superar crises, divergências, cisões, momentos trágicos. Como todas as pessoas e todas as organizações terá certamente na sua curta história momentos gloriosos e momentos mais apagados. Mas é o partido que mais contribuiu para a evolução de Portugal nos últimos 30 anos.
Várias vezes, nestas três décadas, se previu a separação do PPD/PSD, a propósito dos mais diversos contextos. Quem o faz, não conhece o animal. Por muitas divergências que haja (e por vezes há bastantes) nasceu ali, naquele espaço político, uma cultura e história comuns. Feitas de combates externos e divisões internas, de encontros e desencontros, de gloriosas vitórias, amargas derrotas e mortes trágicas.
O PPD/PSD foi e é o partido reformista português, que mais assume a vontade de liberalizar a economia e a sociedade portuguesa, mas que transporta no seu código genético a sensibilidade social da sua herança social-democrata e do personalismo cristão.
Mas é a praxis política que é a marca de água do PPD/PSD. A sua composição - feito de muitos pequenos e médios empresários e comerciantes, profissionais liberais e tecnocratas - transmitiu ao partido o inconformismo individualista dos que ambicionam subir na vida, dos que não se conformam com o seu destino. Por não sofrer, pelo menos no mesmo grau que outros, dos espartilhos da influência de sindicatos e outros grupos corporativos é o partido das "reformas estruturais", da abertura da actividade económica ao sector privado, da liberalização dos media. Se algum dia, nos aproximarmos em Portugal da popperiana sociedade aberta, muito se deverá certamente ao PPD/PSD.
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