O BIGODE: A "colagem" ao futebol, por parte de certos políticos, sempre me pareceu inadequada. Embora não duvide do eventual retorno eleitoralista de certas associações, o certo é que me parece degradante não só a "colagem" pessoal a estrelas ou clubes de futebol mas também a (infelizmente) pacífica invasão do discurso político pelo "futebolês", por obra e (des)graça dos próprios políticos. Acresce que também me parece inadequada a análise política ou social recorrendo a personagens da bola. O futebol - como a maioria dos desportos - é um mundo à parte, com regras próprias - algumas até ocultas - e, acima de tudo, é um desporto, sujeito às contingências próprias de qualquer modalidade, como por exemplo a sorte.
Há alguns meses, o editorial do Expresso debruçava-se sobre Carlos Queiroz, usando-o como exemplo de triunfo de portugueses no estrangeiro, indo ao pormenor de Queiroz ter "modernizado" a sua imagem rapando o bigode. Eleva-se a auto estima nacional colando-a a um sucesso desportivo.
O perigo desta prática parece-me óbvio. Queiroz foi hoje despedido do Real Madrid, alegadamente, por falta de carácter e de autoridade. A sua contratação foi rotulada de "equívoco".
Perante isto, podemos deixar crescer novamente o bigode...
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