A PARTIDA DE MOURINHO E O INÍCIO DE UMA LONGA ESPERA: Depois de mais de uma semana de arrelias informáticas que me impediram de postar a gosto, não quero deixar de escrever a minha pena por José Mourinho abandonar o FC Porto e o futebol português.
Claro que eu também preferia ter visto um Mourinho feliz e festivo na vitória final. Claro que eu também preferia que Mourinho não tivesse dito muitas coisas que foi dizendo ao longo do tempo. Claro que eu também preferia que Mourinho tivesse levado de outra maneira a derrota contra o Benfica na final da Taça. Infelizmente, creio que aí Mourinho personificou aquilo que de pior (todas as associações de pessoas têm coisas boas e más) o meu clube tem. Foi, em certo sentido, mais papista que o Papa.
Mas um treinador não é candidato a deputado, nem à mão da nossa filha, e tudo aquilo não retira um miligrama à competência técnica de José Mourinho. O discurso da sorte, dos árbitros e do "sistema" é curto, demasiado curto, para explicar o êxito fulgurante do homem.
No último quarto de século, nenhuma equipa portuguesa jogou com a mesma determinação, frieza e profissionalismo arrepiantes, estivesse a perder ou a ganhar, a jogar em Old Trafford ou na Luz. E não se pode dizer que a Mourinho tenha calhado uma equipa de onze foras-de-série.
Por isso, lamento a sua saída. Arrogante, mal-educado, cabotino, o que quiserem - mas estaremos provavelmente mais um quarto de século à espera de outro treinador que acerte em 95% das substituições que faz e que, estando a ganhar em qualquer estádio, acabe o jogo a atacar. À campeão. Ah, campeão!
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