A PORTUGUESA: Aqui há uns tempos, a esquerda, sempre a reboque do bloco da mesma, fez chacota e ridicularizou até à exaustão a ideia de se cantar o hino nacional nas escolas. Como sempre, para a esquerda, isso parecia-lhe uma ideia de direita que obrigava ao ululante protesto e barulho ensurdecedor para que não se pudesse ouvir mais nada, nem mesmo o hino. Para a esquerda, por qualquer motivo que nunca compreenderei, cantar o hino nas escolas soa-lhe a antigo regime, ecoa-lhe como a campainha de Pavlov e fá-la salivar, não de fome mas de raiva.
O resultado foi-nos dado por uma reportagem da TVI: o entrevistador perguntava às pessoas se conheciam a letra de A Portuguesa, se a sabiam cantar. Aquilo que nos mostraram é confrangedor: as pessoas não sabem o hino, não conhecem a melodia nem a letra. Tentam lá chegar por sons aproximados, sem sequer se preocuparem em saber se o que estão a dizer faz algum sentido. Uma miséria. Uma tristeza. Mais uma que podemos agradecer à esquerda.
Desdramatizemos. A referida peça, apenas revelou a ignorância, de alguns nossos concidadãos, relativamente à Portuguesa. Não sei qual foi o critério utilizado pelo jornalista para a recolha dos "testemunhos" apresentados. Não apresentou , por exemplo, na peça, os "apanhados" que sabiam o hino? Pareceu-me mais, uma peça de jornalismo televisivo mal conseguida do que outra coisa. Desconhecer, a Portuguesa, é grave por se tratar de um dos mais importantes símbolos nacionais. De qualquer maneira não pioremos as coisas. Não vislumbrei falta de patriotismo nos "apanhados". A ignorância não é de direita nem de esquerda. O que o cidadão português tem de aprender é de deixar de ser saloio. Recusar participar em peças do género. Ter consciência dos seus direitos. Talvez seja mais fácil aprender o hino. Enfim, temos o povo que merecemos. Somos todos culpados,
Caríssimos, é claro que a reportagem não é uma amostra da sapiência da população face ao hino. A reportagem não escondia que gozava claramente com aquela miséria, escolhendo seguramente as melhores tiradas. Sublinho apenas que não disse que a ignorância fosse de esquerda: é certamente tanto de esquerda como de direita. O que disse foi que a esquerda se levantou e indignou contra uma inocente possibilidade de se dar a conhecer e a ensinar o hino às crianças. Achava-se que era coisa de direita. Injustificadamente, pois o hino não é de direita ou de esquerda, é nosso. E realmente é triste que não se saiba o hino.
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