QUEIMA DAS FITAS NO PORTO: Prosseguindo o ciclo de festividades que habitual e anualmente no Porto ocupam os meses de Maio e Junho, hoje festejou-se a Queima das Fitas nesta cidade nortenha. Dado a situação financeira do país não ser das melhores e uma vez que a Câmara Municipal do Porto é avessa a despesas com o fogo de artifício (consideradas desnecessárias), foi decidido fazer-se esta grande festa dos estudantes exactamente no dia da passagem de um grande emblema da cidade à final dos grandes, dos maiores, dos melhores.
Não se veja nisto uma crítica à CMP: esta teve em tão grande consideração a imagem dos verdadeiramente grandes da sua cidade que foi até fazer propaganda séria no estrangeiro (só para citar um exemplo, divulgou enormemente o Porto e as suas gentes no país vizinho, engalanando com as cores certas o Ayuntamento da bela cidade da Corunha, em Espanha, aproveitando para isso o dia em que essa cidade era visitada por Sua Alteza, El-Rei D. Juan Carlos – era aquele senhor alto que na televisão se via sentado perto do Jorge Nuno).
É bem certo que o Porto é tão grande que precisa pouco da divulgação feita pela CMP, mas é bonito ver os seus esforços preciosos nesse sentido.
No mais, foi também muito bonita a festa dos estudantes e da cidade. Eu não sei muito bem de que faculdade são os daquelas cores azuis e brancas, que tão animados iam pelas ruas de bandeiras, cachecóis e chapéus diversos, mas a verdade é que estavam todos muito alegres e expansivos e devem pertencer a uma faculdade enorme, pois eram imensos. Claro que, uma vez mais, os meus petizes me obrigaram a ir para os Aliados ver a grande festa (isto, para eles, não obstante o mais velho ter apenas sete anos, vai-se tornando um velho hábito difícil de travar). Eles adoram agitar as cores azuis e brancas da fantástica agremiação e eu não posso negar-lhes essa alegria pois sei bem que há muitas crianças portuguesas de 10, 15, 30 ou mais anos, bastante menos afortunadas do que as minhas e que não fazem a mais pequena ideia do encantamento, do regozijo maravilhoso destas festas jubilosas.
Dir-se-á que esta não é a última festa desta classe, este ano. Talvez não seja; mas era uma cadeira bem difícil de passar, principalmente com a distinção que se viu, e não foi preciso sequer ir à oral! Seja como for, para os exames finais (quer se trate do menos importante, quer do mais gratificante), a verdade é que sabemos que estes maravilhosos alunos se apresentarão com brio, esforçados, e com a matéria bem estudada, prontos para passar.
Adoro a Queima das Fitas, o que se deve certamente à intensa vivência que dela fiz em Coimbra. Agora, mais velho, longe da vida de estudante, vivendo e trabalhando no Porto, confesso que isto que aconteceu hoje no Porto e ao Porto é a nossa alegria. A nossa grande alegria!
Só não percebo porque estranho motivo na capital quase nunca festejam assim tão alegre e constantemente estas efemérides... Que sistema estranho. Será que não gostam de festejar?
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