DURÃO DE ENGOLIR II: Torna-se cada vez mais evidente que, para certos egos nacionais, a nomeação de Durão é muito difícil de "engolir". Alguns por (de)formação política, outros por mera inveja ou ódio de estimação, tentam contornar o óbvio: de que se trata de um cargo que Durão não podia recusar e que acarreta um enorme prestígio para o país. Nem sequer serve o ridículo argumento de que se trata de um cargo que deve ser exercido com isenção e que, por isso mesmo, não tem tanta importância como isso, já que daí não resultarão benefícios directos para o país. Goste-se ou não, toda a gente sabe que os conhecimentos pessoais e as trocas de influências são o pão nosso de cada dia na política. Se a isenção total fosse uma regra sagrada, bastaria nomear um qualquer eurofuncionário de carreira. Acresce ainda a forma como a nomeação de Durão é desvalorizada. Apesar de sancionada pelos chefes de estado dos restantes países da união, parece que estão todos errados e que os nossos prima donas de trazer por casa é que têm razão.
Uma palavra ainda para o desfazamento entre a classe política, os comentadores políticos e a população. Ignora-se completamente o orgulho que é ter um português a presidir à Comissão Europeia, limitando-se os comentários aos aspectos negativos da saída de Durão. Como já ouvi dizer, melhor só se fosse convidado para presidente dos EUA... Talvez por isso mesmo as pessoas estejam mais preocupadas com o Portugal-Holanda.
Um dia, talvez ainda distante, a mola impulsionadora da sociedade portuguesa terá que deixar de ser a inveja.
parabens neptuno a forma como, olipicamete passas ao ldo do essencial, que é o estdo em que o DB deixa a coligação e o Pais só mais uma pergunta se por absurdo o f louçã fosse designado presidentew da comissão tu como português estarias na 1ª fila a aplaudir não era??? ben que ma parecia...
A notória inclinação para a direita desta embarcação já a leva a meter água pelos portalós. Entre outras, merecem comentário duas pérolas deste post: "se trata de um cargo que Durão não podia recusar": outros PM's antes dele recusaram (desde logo Guterres). A frase seria talvez "uma oportunidade para se pisgar que Durão não podia recusar" "acarreta um enorme prestígio para o país": apenas superado pelo que Koffi Annan trouxe para o país dele (só gostava de me lembrar qual é o país) Fernando Rocha Andrade
Não é só esta embarcação que está a meter água, é todo o país.
(Informo os mais desatentos que esta embarcação tem bombordo)
À semelhança do bombordo do país - está de tal maneira desorientado, que em plena tempestade entrou em ataque de histeria.
Os resultados das europeias são um excelente mote para a ilusão generalizada no PS, PC e BE que vamos ter uma Aliança de Esquerda no governo durante os próximos 10 anos.
Em termos relativos, perante a actual direcção do PS Guterres aproxima-se vertiginosamente do neo-liberalismo. Só assim se justifica que o PS esteja disposto a fazer um aliança com o BE ou PCP, não interessa qual.
Estão a imaginar o que é dizermos ao presidente de uma multinacional interessada em investir cá na terrinha: "Sabe, afinal houve aqui um pequeno problema e passámos a ter a extrema esquerda no poder...É que o presidente está em fim de mandato e quis agradar aos amigos!"
Este pensamento varre-me toda e qualquer reserva que tenha quanto a Santana Lopes.
Se alguém me dissesse há 1 mês que eu iria votar PSL, diria que estava louco. Mas o mais engraçado é que em caso de antecipadas, dirigir-me-ei à sua sede de campanha para me alistar como soldado.
Já bastava um governo vazio com o Ferro à frente, mas ter o Louçã ou o Carvalhas no governo torna o Brasil um paraíso político.
É que todos falam da composição do governo de PSL, mas ninguém fala do eventual governo de Ferro e da eventual coligação de esquerda...
Quem serão so ministros? A brigada do reumático que se senta há 30 anos no Parlamento e só se levanta para novamente abancar no Terreiro do Paço quando o PS ganha as legislativas?
Não quero voltar 30 anos na história! Confio na maioria silenciosa para me tirar deste pesadelo.
Não é nada inveja, Neptuno. No meu caso, gostaria que o Durão se interessasse mais por governar bem o seu próprio país do que ir para Bruxelas. O Neptuno sabe perfeitamente bem que o Durão não deixa de ser um eurofuncionário, o primeiro dos eurofuncionários. É o equivalente ao Director Geral numa grande empresa. Não deixa de ser prestigiante e ficamos excelentemente representados no protocolo da União Europeia. Antes um português do que um de outra nacionalidade. Mas algo me diz que nenhum dos que têm verdadeiro prestígio internacional e poder efectivo, como o Blair, o Chirac ou o Schroeder, sairia do seu governo a meio de um mandato para ser presidente da comissão europeia. Ou acha que sairia? Para eles, mais importante do que ser presidente da comissão europeia é ser líder do seu próprio país. Talvez venham a sê-lo, mas nunca antes de cumprirem as suas obrigações para com o seu próprio país. Outros não pensam assim, como o Durão, e são esses os escolhidos. Quanto às vantagens para Portugal, com essa história das influências e tal, eu gostaria de saber quais os benefícios para Itália da passagem do Prodi pela comissão? quem é o Prodi, já agora? António
Não tenho dúvidas da importância do cargo de Presidente da Comissão Europeia. Mas não é isso que está em causa. O que está em causa é o que o próprio José Barroso disse há meses, há semanas, há dias, há poucas horas... "estamos a viver a pior crise da nossa história recente e depois de dois anos de tantos sacrifícios, não podemos abandonar esta política. Porque não há outra política possível." Se não há, porque passou a haver? Porque abandona o Primeiro-ministro as responsabilidades que assumiu? Porque é a sua ambição pessoal mais importante que o país num dos seus momentos históricos mais cruciais? E como havemos nós de confiar em Santana Lopes se há tantas vozes críticas dentro do PSD e tanto medo de eleições? São, ou não são, os eleitores quem faz a democracia? E porque saíu Durão sabendo que criaria toda esta instabilidade política? Isto sim, está em causa. Lisboa. Portugal. Bruxelas está lá longe e não nos afectará mais, ou menos, do que sempre afectou por lá estar um português.
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