ENTRA PELOS OLHOS DENTRO: O poder de aceitar um novo Primeiro-Ministro está nas mãos do Presidente da República. Que aceitará um Primeiro-Ministro até final da legislatura (como eu espero) ou convocará eleições antecipadas (voltando o país à triste tradição de ser incapaz de ter parlamentos que completem uma legislatura).
Qualquer solução que seja definida sem um prévio congresso extraordinário electivo do PSD parecerá e será sempre politicamente coxa. Soará sempre como uma solução de "secretaria", aos olhos da esmagadora maioria dos portugueses que, como se sabe, não perde muito tempo com subtilezas de interpretação de doutrina constitucional ou de estatutos de partidos. Esta legitimação é necessária, caso o novo líder do PSD assuma a chefia do governo até final da legislatura (o que seria natural e desejável) ou caso o Presidente entenda convocar eleições antecipadas.
Esta é a única solução que, podendo assegurara a estabilidade política, é clarificadora, aberta e transparente. Parece-me tão óbvio que entendo que, seja para o Dr. Santana Lopes seja para outro possível líder do PSD e futuro Primeiro-Ministro, outra solução que não esta seria sempre politicamente diminuidora e um provável presente envenenado.
O PS não tem qualquer legitimidade para questionar este processo: em 2001 quando, assustado com o estado a que tinha conduzido o país, resolveu fugir, foi incapaz de indicar um nome ou de sugerir um processo para indicação de um nome para Primeiro-Ministro. Foi essa absoluta irresponsabilidade que levou à convocação de eleições legislativas com os resultados conhecidos e que ainda hoje legitimam a composição do actual parlamento.
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