MITOS URBANOS: Já corre por aí, descobri-o afixado nos corredores do Instituto em que dou aulas, e pelo que apurei, circula em muitas caixas de correio electrónico. Um dos avisos que bispei, não sei como, reenvia pedidos de esclarecimentos para a Reitoria da Universidade do Porto. Falo de uma imbecilidade que dá pelo nome de Progesterex, mais uma suposta "droga dos violadores". O rumor começou a circular na Net em 1999, nos EUA, e avisa pobres raparigas frequentadoras de bares e festas de qualquer espécie, que andam por aí homens com uma pequena pílula usada em veterinária para esterilizar cavalos. Esta droga, admnistrada à incauta jovem, não só a colocaria à mercê dos instintos sexuais predatórios do malandro - porque a anestesiaria - como a esterilizaria para todo o sempre, para além de a tornar incapaz de se recordar do episódio. Este Progesterex seria admnistrado em conjunto com o velhinho Rohypnol com o papel de desinibir a miúda para o acto sexual. A vantagem do Progesterex seria a de impedir agravidez.
Convém informar que não existe na literatura médica nehuma droga chamada Progesterex, nem nenhum local que a venda.
A História das Drogas é prenhe de mitos e lendas ( muito haveria a dizer sobre isso), Robert Graves, por exemplo, defendia em 1976 a tese que ainda no século XX as bruxas portuguesas eram fãs de um fungo alucinogénio, o Panaeolus papilionaceus. Nos séculos XVI e XVII, as bruxas do Piemonte voariam porque sabiam preparar especialmente a Atropa belladonna, um arbusto da família das solanáceas. Nestes mitos urbanos dos nosso dias, a única coisa que voa é a inteligência.
Pois, é um hoax reincidente. De tempos a tempos regressa como os cometas, para mais uma vez recolher uns milhares de emails para a sua missão de encher as base de dados dos spammers publicitários.
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