O COMBATE DOS CHEFES II: Acho sinceramente que João Almeida foi infeliz, produziu uma historieta sem graça e de mau gosto, mas não foi ofensivo nem insultuoso e se, como dizem, pediu desculpas, fez muito mal porque não tinha nada que as pedir.
Já não acho exactamente o mesmo de Ana Manso. A intervenção desta candidata parece-me ofensiva e, o que é pior, gratuitamente ofensiva. É gratuita porque vem a propósito de nada; podia ter um toque de interesse, ou de humor discreto, estilo "não lhe dêem ouvidos!..." ou "vamos descobrir a careca a esta gente!...", mas não: a referência é ofensiva e gratuita. Mas desinteressante, terá saído no calor do discurso, e, em boa verdade, inofensiva.
O curioso desta história toda, é que Sousa Franco, acompanhado e certamente aconselhado por todos os socialistas, resolveu apontar baterias contra João Almeida e não contra Ana Manso. Contra o CDS/PP e não contra o PPD/PSD. Os socialistas e Sousa Franco esqueceram-se de Ana Manso e do seu partido e centraram-se em João Almeida e no CDS/PP. Os motivos da estratégia política são evidentes: querem atacar a coligação e, como sempre, fazem-no disparando contra o CDS/PP, tentando minar a coligação (sempre sem sucesso). Sousa Franco e os socialistas devem pensar que os eleitores da coligação são tolos, que não vêem o que se passa e se vão deixar abalar com isso. Devem pensar que os dirigentes do PSD e do CDS não conhecem já a cantilena vulgar da oposição, que não sabem o que é que a casa gasta. Sousa Franco e os socialistas devem ainda pensar que os seus próprios potenciais eleitores são igualmente tolos e não vêem a evidência.
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