ELEIÇÕES OU NÃO, EIS A QUESTÃO II: O debate mantém-se. Certa comunicação social aventa agora alguma irritação do PR face a alegadas inconfidências para sustentar a realização de eleições antecipadas. Trata-se de um absurdo. Mesmo de entre aqueles que são abertamente críticos de Jorge Sampaio (grupo onde me incluo), ninguém acredita que o PR tome uma decisão deste tipo e gravidade em função dos seus estados de alma ou por impulsos de momento.
Além do mais, Jorge Sampaio está certamente atento aos sinais de perigo.
E quanto a estes repare-se que até a vitória do PS nas eleições europeias joga contra o próprio PS: a população ainda tem bem na memória os resultados desastrosos da governação PS e não vai arriscar vir a tê-lo tão cedo de novo à frente dos destinos do país. O eleitorado, face aos resultados eleitorais recentes, irá, cheio de pavor, votar contra o PS.
Isto porque o eleitorado mostrou já ao governo a sua irritação com a situação económica; mas fê-lo nas eleições europeias, num jogo a feijões e satisfez-se com isso. Sendo o jogo a sério, com dinheiro vivo, muito seguramente todo o eleitorado do PSD e do CDS irá em força votar contra um governo PS. E grande parte do eleitorado flutuante também.
Se a isto acrescentarmos um PS em crise, com lutas intestinas gravíssimas e ensurdecedoras, com um líder fraco e acossado por diversos e influentes críticos, e ainda Santana Lopes e Paulo Portas em campanha eleitoral (dois nomes que são invariavelmente dados como defuntos pela comunicação social e pelas sondagens mas que sempre se têm saído vitoriosos e cheios de vida), teremos umas eleições bastante aguerridas e de resultado imprevisível.
(cont.)
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