INTERESSES DE CONFLITO II: O resto da malta constitui, aliás, um grupo de criminosos em potência. Os tipos, os privados, vendem-se ao capital, aos interesses, aos grupos. Fulano não pode ser ministro da economia porque trabalhou para um grande empresário; Beltrano não pode ser ministro da justiça porque foi advogado de criminosos, foi advogado, juiz ou procurador e privilegiará a respectiva classe; Sicrano não pode ser ministro da saúde porque era médico "na privada" (crime supremo!) e poderá beneficiá-la; aquele outro não pode dirigir a cultura porque teve interesses num teatro qualquer; o ministro da educação era professor universitário, vai arranjar benesses para a sua escola e tramar os alunos. Um há que não pode ser ministro da agricultura porque gosta de peixe e o ministro das pescas é doido por carne de vaca em sangue: não serve. Já o ministro da alimentação - toda a gente o sabe - pela-se por um bom sarrabulho e mata porcos às escondidas em sua casa para consumo pessoal. Quanto ao ministro das finanças - outro criminoso sem perdão - já trabalhou na banca (privada, claro): vai ser um forrobodó!
As sugestões dos Verdes são de uma imbecilidade total. As pessoas trabalham, têm uma vida, nem todos a passam em manifestações e futilidades. É próprio de um bom profissional ter gente interessada nos seus serviços. É próprio de um bom profissional chegar aos 40 ou 50 anos com diversos trabalhos realizados, conhecimentos efectuados, contactos estabelecidos. Se o passado não ofende a pessoa, nenhuma razão existe para utilizar esse passado para injustificadamente manchar o presente ou o futuro dessa pessoa se ela decide ou aceita dedicar-se às funções públicas. Quando os Verdes tentam sujar uma pessoa sem qualquer tipo de fundamento, isso não passa de uma pulhice, não tem outro nome. Mas nós já estávamos à espera de coisas do género.
Estávamos à espera ? claro que estávamos ! Desde que o Dr Paulo Portas fez todos os seus assassinatos políticos e desde que ele disse o que disse no Palácio de Belém. Mas sobre isso o dr Xavier não tem, claro está, nada a dizer.
PS - vai anónimo porque não consigo colocar o nome (JPFP), aliás, nunca vi uma caixa de comentários tão complicada de utilizar, deve ter um objectivo
Acho que tem toda a razão na crítica que faz à grunhice e ao desdém desprezíveis; habitualmente associados à inveja. De qualquer forma, parece-me razoável e desejável a atenção, o sentido crítico e a "barafustação" (esta, sempre ajuda a alíviar as mágoas) sempre que se veja margem entre interesse público e interesse privado desaparecer. É legítimo que um bom gestor queira gerir bem e com atenção aos interesses das várias economias nacionais ou internacionais. A política faz-se de opcções e de tomadas de medidas direccionadas. O que é que se acha ilegítimo? Sem concretizar vou tentar uma visão simplista (às tantas redutora): é ilegítimo usar o exercício da função pública para Põr entraves à resolução dos problemas mais comezinhos (no sentido de serem comuns e não de menor importância) dos portugueses; é ilegítimo que se tenha um emprego público pago a peso de ouro para não fazer nada ou fazer cera ou desfazer o bom ou mau trabalho anterior só para mostrar serviço e sem qualquer a menor avaliação da eficácia e exequibilidade das novas medidas; é ilegítimo ter um emprego público ou desempenhar uma função pública e usá-lo/a para beneficar os amigos através de colocações estratégicas e bem pagas noutros serviços públicos, sem a menor atenção às apetências intelectuais, sem a menor atenção à experiência anterior e sem a menor atenção aos resultados obtidos anteriormente ou no presente; é ilegítimo usar os serviços públicos para beneficiar interesses privados ou pessoas com total discricionaridade, sem a menor atenção ao bem estar dos portugueses em geral. é ilegítimo o não exercício - quando se é titular de uma função pública - para a melhorias das condições de vida dos Portugueses, isto é, é ilegítimo não decidir e tomar medidas impopulares que em consciência se considere beneficiarem a médio ou longo prazo as condições de vida dos portugueses, mesmo que se saiba que os portugueses se vão ressentir a curto prazo, mesmo sabendo que se perdem eleições e mesmo sabendo que quem vier a seguir vai decidir noutro sentido. Parece-me que tudo isto vale para qualquer partido ou facção, apesar de considerar que só haver um com quem me identifico minimamente. (não era suposto voltar a comentar, mas voltar atrás também faz parte da vida) IP
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