"A MIM NINGUÉM ME CALA!" Um dos problemas de toda a gente escrever por todo o lado é que se nota que se escreve mal. Não me refiro apenas aos erros gramaticais, às frases desconexas, à deficiente conjugação de plurais e géneros mas também à utilização de expressões erradamente.
Uma das expressões erradas que mais tenho visto nos últimos dias é aquela que pretende dizer "Fulano calou os críticos", "Beltrano silenciou os críticos", ou, ainda mais adorável por desprovida de qualquer sentido, "Sicrano calou... as críticas"!
Para que nos entendamos, estas expressões (com excepção da última, que nunca tem a possibilidade de ser usada) só podem ser utilizadas naquelas situações em que o Fulano ou o Beltrano demonstram aos seus críticos, por A mais B, inelutavel e indiscutivelmente, que tinham razão na sua tese, teoria ou atitude, e esses críticos não. Nessa situação, em que o Fulano demonstra a bondade do que defendia, os seus críticos devem enfiar a viola no saco e calarem-se, podendo assim dizer-se que Fulano - geralmente um herói - calou os críticos.
Diferente situação é aquela em que a dura realidade dos factos e da vida vêm demonstrar clara e inequivocamente que os críticos eram quem tinha razão, apenas se tendo calado porque Fulano deu a mão à palmatória (condição não essencial) e seguiu os seus conselhos, afinal acertados e verdadeiros. Neste caso, não se pode nunca dizer que "Fulano calou os críticos". Poder-se-á dizer, porventura, que Fulano aceitou as críticas e seguiu-as, com êxito, mas nunca que calou os críticos.
A propósito do que em abstracto falo - e já que estamos em maré de futebol - poderíamos talvez concretizar a teoria recorrendo à nossa excelente selecção. Se bem repararmos no onze que nos tem maravilhado, o nº 5 é o 16, o 3 é o 14, o 8 é 18, o 10 é 20 e o 11 é o 17, quando até o 9 não é 21 ou 23. Esta amálgama de números - estranha num onze querido, pensado, pretendido e treinado - tem-nos dado as maiores alegrias que ultimamente tivemos (todos, e não só alguns) e muito provavelmente vai permitir-nos a maior de todas este fim-de-semana. Mas muito dificilmente nos possibilitará dizer que Fulano calou os críticos...
...mas também à MÁ utilização de CERTAS expressões. ...os seus críticos devem enfiar a viola no saco e CALAR-se... A propósito do que em abstracto DIGO...
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