OS PEIXES DO MAR SALGADO - Nº 4: O JAQUINZINHO: A semana trouxe à rede do Mar Salgado a espécie de que vos falaremos hoje: o popular Jaquinzinho (Trachurus trachurus: Lin., 1758).
Todos conhecem este engraçado perciforme (foto aqui), pequeno cosmopolita cujo habitat vai desde a Europa do Norte até ao Senegal e do Índico ao Pacífico ocidental. Não se importa de viver em sítios com nomes como Skagerrak e Kattegat, e muitas vezes acaba (no prato) em lugares como Wezembeek ou Tervuren.
Caracteriza-se por ser uma espécie gregária, não gostando de nadar sozinho. Quando chega a Carapau, diverte-se com os companheiros ensaiando corridas (daí a conhecida expressão Carapau-de-corrida), que todavia nunca toma muito a sério, enfastiando-se depressa.
Imprevisível, nada em zigue-zagues constantes, dificultando a acção dos predadores e dos observadores.
No plano gastronómico, tende a aparecer acompanhado de grandes açordas ou escabeches, embora a sua versatilidade seja manifesta (pode ser frito, fumado, assado, etc.). Actualmente, desponta a moda de congelar ou enlatar o Jaquinzinho para degustar em momento posterior.
A sua proverbial graça não belisca a avisada prudência: como diz um velho ditado chinês, "não há jaquinzinho que desdenhe de chegar a chicharro".
Mar de opinioes, ideias e comentarios. Para marinheiros e estivadores, sereias e outras musas, tubaroes e demais peixe graudo, carapaus de corrida e todos os errantes navegantes.