REFLEXÕES IV: Realizando-se eleições, imaginemos agora os resultados. Primeira hipótese: a coligação actualmente no governo ganha, que é o mais provável.
Com efeito, é preciso não subestimar Santana Lopes e Paulo Portas em campanha, principalmente se for contra Ferro Rodrigues (que não é sequer capaz de fazer o mais simples dos discursos sem ser a ler o papel e ainda não sabe o que fazer às mãos quando lê os papeis).
Uma campanha eleitoral de Santana Lopes e Paulo Portas contra Ferro Rodrigues é o equivalente a um Brasil na sua melhor forma contra a Grécia, com o país inteiro a assistir ao enxovalho. E com a grande probabilidade da Grécia levar uma abada valente. Claro que isto não me incomoda. Mas as eleições vão atrasar o ritmo do país e o crescimento da economia e isso incomoda-me.
REFLEXÕES V: A segunda hipótese, realizando-se eleições, é ganhar o PS. Só que este nunca ganhou as legislativas com maioria absoluta e não será certamente agora, com Ferro Rodrigues e em condições muito piores do que Guterres teve anteriormente, que irá alcançar a maioria absoluta. Um governo PS minoritário nesta fase do campeonato é quase o pior que podemos imaginar: a economia pára e a bolsa entra em negativos.
Resta a muleta do PCP e/ou do BE, para amparar o PS (isto sim, o pior que se pode imaginar). E aqui os cenários já dão mais que falar. Irão o PCP e o BE para o governo, por via do PS? Ou ficarão de fora a chantagear? E como? A perspectiva deixa-me apavorado e isso incomoda-me.
REFLEXÕES VI: Atento o cenário assustador, seria conveniente que os portugueses se começassem a interrogar seriamente: se o PCP e o BE forem para o governo, ou mesmo se ficarem nas bancadas do parlamento a pressionar o PS minoritário, quais serão as posições do governo PS sobre mercado de capitais, segurança social, legislação laboral, Europa, aumentos salariais, reforma administrativa, economia e finanças públicas, sistema fiscal, saúde, ensino e por aí adiante. As respostas a estas perguntas talvez fizessem abrir os olhos a muita gente. Talvez até a quem decide e isso o fizesse decidir bem. E, se decidir bem, é certo que sempre se gastaram quinze dias mas, face às possibilidades em cima da mesa, isso não me incomoda.
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