REFLEXÕES: O EURO acabou, o PR nunca mais se decide e a bolsa vem por aí abaixo.
O EURO ter acabado era uma inevitabilidade, o PR andar a ouvir meio mundo e estar há quinze dias a analisar uma situação quando no parlamento há uma maioria que sustenta um governo, é coisa que não se compreende. Nós devíamos ter um PR para tomar decisões, das poucas vezes que isso lhe é solicitado. Ora, sendo natural que o PR oiça quem entender e que pondere demoradamente sobre o assunto que lhe é colocado, percebe-se mal que perante uma maioria parlamentar clara o país esteja quinze dias parado à espera do fumo branco (e não se venha dizer que o PM só se demitiu agora, pois a sua decisão conhece-se faz amanhã duas semanas). E se o país estivesse apenas parado ainda era o menos; o problema é que a bolsa tem estado a descer a semana toda, à conta deste impasse, e isso incomoda-me.
REFLEXÕES II: Sem EURO, com a bolsa a descer e o PR calado, para nos distrairmos só nos restam algumas reflexões e cogitar sobre o futuro do país.
Primeira hipótese, a mais provável jurídica e sensatamente falando: o PR convida o partido mais votado a formar governo, apoiado pela coligação de maioria no parlamento. A bolsa sobe, as políticas serão as mesmas (agora que, estranhamente, até para a oposição se transformaram em boas), a economia seguirá o seu ritmo, o povo volta ao normal e acaba uma crise política fictícia. Não há muito a dizer sobre o futuro pois a política da coligação será praticamente a mesma. Mas perderam-se 15 dias e deixou-se a bolsa cair com o fantasma de uma crise inexistente, e isso incomoda-me.
REFLEXÕES III: Segunda hipótese: o PR convoca eleições legislativas. A bolsa cai abruptamente, há gente a atirar-se das pontes, parte do país trabalha e poupa enquanto os políticos e o resto da malta se divertem no folclore das campanhas. Há bifanas para os mais esfomeados e, muito possivelmente, haverá também couratos. As empresas de camionagem lucram, levando velhinhos de uns comícios para os outros, mas a economia arrasta-se, o orçamento atrasa-se, as autarquias afundam-se, o país estrebucha e o BE sorri. E isso incomoda-me.
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