SAMPAIO E O INTERESSE NACIONAL: Tendo sempre (ou quase sempre) assumido uma postura crítica relativamente à actuação de Jorge Sampaio com PR, cumpre-me elogiar a coragem e o carácter revelados por Sampaio na decisão de manter o actual parlamento.
Sampaio foi confrontado com uma situação em que o PM apenas aceitaria demitir-se e rumar a Bruxelas caso a estabilidade política fosse assegurada, com a nomeação de novo PM saído da maioria no poder. Por outras palavras, Sampaio foi confrontado com a opção entre o interesse nacional - de aproveitar a oportunidade única de ter um presidente da comissão europeia português, apesar das consequências internas imediatas - e as suas posições políticas e relações de amizade pessoais com a liderança do PS - que impediriam que Durão avançasse ou que motivariam a convocação de eleições antecipadas.
(A)normalmente, já estamos habituados a que a política funcione por interesses pessoais e ciumeiras - de quem já cobiçou o cargo que Durão vai desempenhar - ou por mero interesse partidário - em que a "janela de oportunidade" de chegar ao poder leva a que o interesse nacional (neste caso, óbvio) seja precipitado por essa mesma janela. Daí que não espante a reacção de algumas figuras da esquerda.
Neste caso e graças a Jorge Sampaio prevaleceu, e bem, o interesse nacional.
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